Memórias da Escola Americana Mackenzie e o Ambiente Escolar da Educação Infantil

De Graziele Goes

O livro Memórias da Escola Americana Mackenzie e o ambiente escolar da educação infantil realiza uma leitura a partir da documentação do Centro Histórico e Cultural Mackenzie, desde sua origem, em 1870, até o ano de 2020. A obra propõe reflexões a respeito da importância da Escola Americana para o Mackenzie, não só para trazê-la à nossa memória, mas também para evidenciar que a análise de construções do passado auxilia-nos a identificar experiências que contribuem ainda hoje para a formação do conhecimento, especialmente quando refere-se ao cuidado de crianças na primeira infância. O livro é formado por uma pesquisa em arquivos encontrados nos acervos do Centro Histórico Cultural Mackenzie, que será apresentada de maneira cronológica, demonstrando a contínua evolução dos principais eventos ocorridos nesse período. Para isso, a primeira parte da obra dedica-se a contar a história de fundação da escola. Em um segundo momento, a autora irá se aproximar, mais especificamente, das edificações voltadas para a educação infantil e, depois, abordará os avanços e desenvolvimentos da instituição, assim como todas as suas mudanças no espaço físico atreladas a necessidades de atualizações pedagógicas. Por fim, a autora compartilha uma seleção de imagens coletadas dos arquivos para a construção de um acervo fotográfico, compreendendo momentos desde o nascimento da escola, acreditando na potência das imagens para imaginar o passado, ativar memórias e contar histórias.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Appris
• Data de lançamento: 22 de jun. de 2022
• ISBN: 9786525017631

Pré-visualização do livro

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COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus, Contigo compartilho a alegria desta maravilhosa conquista, pois foi por meio do Teu cuidado que consegui esta importante recompensa. As verdadeiras vitórias que alcançamos são o resultado do nosso esforço, mas, sobretudo, mérito do Ser superior que nos domina. Então a Ele, o autor e realizador de minha vida: o meu Deus forte, meu eterno agradecimento. Porque Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas (Romanos 11.36).

À minha fã número um, minha amada e carinhosa irmã, Andreia, que me incentivou desde minha formação como arquiteta, e a seguir meus estudos com o mestrado e com a escrita deste livro. Sempre acreditou em mim e me inspirou com seu exemplo de humildade, perseverança, determinação, alegria e acima de tudo a Fé.

A toda a minha família, por acreditar em meu trabalho, pela amizade sincera, por todo o apoio, estímulos e prontidão, os quais foram essenciais para que eu desenvolvesse o mestrado e este livro, por entenderem os períodos de ausência durante esses dois anos e principalmente por seu suporte e cuidado com o bem mais precioso que tenho: minha herança chamada Helena. Obrigada à minha mãe, Aurea, ao meu esposo, Eliezer, e ao meu pai, Lélio, que mesmo distante fisicamente sempre acreditou em mim.

Registro aqui, minha imensa gratidão à amada e inspiradora professora Ana Gabriela Godinho Lima, por contribuir para minha formação. Por sua competência e seriedade ao longo do mestrado, que deu origem a este livro, como também por todo o seu apoio e estímulo demostrado para comigo.

À caríssima professora Ana Laura Godinho Lima e ao ilustre professor Rafael Antonio Cunha Perrone, este por fazer parte da minha banca, por suas ricas contribuições e apontamentos, como também pela oportunidade de cursar disciplinas ministradas por sua pessoa. Obrigada por fazerem parte de minha formação.

Ao professor Marcel Mendes, por contribuir com sua riquíssima memória e conhecimento de informações sobre o Mackenzie. Por sua amizade, seus textos, materiais de grande valia para o uso desta pesquisa.

Aos colegas do mestrado, que também contribuíram para minha formação: indicando materiais e por todo o apoio e incentivo. Vocês são especiais!

À Letícia Becker Savastano, pela competente e generosa dedicação na revisão deste trabalho. Obrigadíssima!

Ao Instituto Presbiteriano Mackenzie e à Direção do Colégio Presbiteriano Mackenzie, na figura de Márcia Regis, o meu agradecimento por todo o conteúdo disponibilizado para esta pesquisa.

Ao Acervo Centro Histórico e Cultural Mackenzie, em especial ao técnico de acervo Anderson Gomes Santana, assim, também às colaboradoras Karina de Barros e Ruth Maria Pereira dos Santos por me apresentarem e disponibilizarem o acervo durante as visitas ao acervo de pesquisa.

Aos que de forma direta ou indireta contribuíram para o desenvolvimento deste estudo.

A tarefa foi desafiadora, difícil, mas valeu a pena! Eu Te agradeço, meu Deus, por mais esta conquista!

PREFÁCIO

A história da educação privada no Brasil possivelmente é bem menos conhecida do que a da educação pública. Entretanto, a contribuição do ensino de base confessional em nosso país foi significativa. Algumas dessas escolas tornaram-se marcos importantes da cidade, como é o caso da antiga Escola Americana, hoje conhecida como Colégio Presbiteriano Mackenzie. Este livro de Graziele Goes apresenta-nos uma perspectiva histórico-arquitetônica, há muito esperada, sobre a trajetória desse espaço escolar, desde seu modesto início em fins do século XIX até os dias de hoje.

Para contextualizar o período em que a escola nasce, cabe começar pela primeira constituição brasileira, outorgada em 25 de março de 1824 pelo Imperador D. Pedro I. A Carta estruturava a base da organização político-institucional do país, que se tornara independente em 1822 e, em dois artigos de seu Título VIII, trazia, de modo bastante genérico, disposições sobre a instrução primária gratuita a todos os cidadãos e sobre a criação de colégios e universidades. Uma década depois, o Ato Adicional de 12 de agosto de 1834 criava as Assembleias Legislativas Provinciais que passaram a ter a prerrogativa de legislação sobre a instrução primária e secundária, dentre outras atribuições administrativas. Adicionava, ainda, dois artigos sobre os estabelecimentos e funcionários da instrução pública. Em 1854, o Imperador D. Pedro II aprovou a Lei de Liberdade do Ensino, consolidando a autonomia das escolas privadas em relação ao Estado, complementando a lei de 1834. A ampliação da liberdade de ensino, incluindo o credo religioso, foi um fator essencial para a instalação das instituições confessionais, impulsionando o crescimento da Escola Americana, que seguia atendendo a crianças que por motivos religiosos ou econômicos, não tinham acesso ao ensino público estruturado em São Paulo ou condições de arcar com os altos custos de um ensino particular.

Nesse contexto, como descreve Graziele Goes, a Escola Americana teve seu início em 1870, na própria residência do casal de missionários George Whitehill Chamberlain e Mary Ann Chamberlain, à Rua Visconde de Congonhas do Campo no bairro dos Campos Elíseos na cidade de São Paulo. Três crianças integravam essa pequena escola primária, aberta aos pequenos e pequenas que em razão de sua religião e condições econômicas encontravam-se impossibilitados de ter acesso a outras formas de educação formal.

Em 1878, a Escola crescera a ponto de ter recebido a visita de D. Pedro