A relação entre o exercício físico, a sazonalidade e os sintomas de doenças respiratórias em uma visão epidemiológica
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Sobre este e-book
As análises confirmaram que os sujeitos que praticam exercício físico regularmente apresentam médias de sintomas menores que sedentários.
Nosso estudo lança luz a um novo problema de pesquisa a ser explorado. Foi observado que a inclusão dos exercícios resistidos na rotina de treinamento durante os meses frios se mostra mais eficaz na diminuição dos sintomas respiratórios em um contexto epidemiológico.
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A relação entre o exercício físico, a sazonalidade e os sintomas de doenças respiratórias em uma visão epidemiológica - Adalberto Nazareth
AGRADECIMENTOS
Meus agradecimentos vão para as instituições e para as pessoas da área profissional e acadêmica que me trouxeram até aqui:
Agradeço à USP por propiciar minha formação acadêmica, sendo uma facilitadora para entrar no mercado de trabalho; à Escola de Educação Física, minha segunda casa, onde, há mais de 10 anos, entre a graduação e pós-graduação, tenho a convivência com professores, funcionários e colegas, e são muitos; à Academia Kainágua e ao SPFC, instituições que representam 90% de meus registros laborais e que me proporcionaram experiências únicas, permitindo aplicar questões acadêmicas muitas vezes inovadoras e incertas na prática.
São muitas as pessoas a quem deveria agradecer. Destaco o Sr. Sérgio (in memoriam) e Fábio R. Silveira, pai e filho, respectivamente, proprietários da Academia Kainágua. O Sr. Sérgio, em sua inquietude pelo novo, sempre nos tirando da zona de conforto e apoiando em propostas inovadoras, foi um empreendedor nato; Fabio, além de se tornar um grande amigo, é gestor de mão cheia, inovador e destemido, sempre me apoiou nas inovações técnicas, me ensinou muito na arte da gestão de empreendimentos, de pessoas e de negociações. Devo grande parte de minha carreira profissional a ele.
Agradeço também ao Felix, em alguns lugares, e Ricardo, em outros, (Ricardo Felix Andrusaitis). Difícil até de falar sobre ele. Colega de faculdade, fui seu estagiário no meu primeiro emprego na área de Educação Física. Posteriormente, trabalhamos juntos no Laboratório de Estudos do Movimento no Instituo de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP. E, em um primeiro momento, lá estava ele novamente, me informando sobre o processo seletivo, e depois passando todo seu conhecimento sobre reabilitação física e ainda ajudando na coleta de dados para o mestrado.
Agradeço a minha orientadora, Monica Yuri Takito, primeiro pela coragem de aceitar um novo estudante, quase idoso, longe da Academia há quase 20 anos. Com muita paciência, sempre de portas abertas e, principalmente, com seus feedbacks assertivos, ela me modelou como um novo estudante e pesquisador. Sem palavras para expressar minha gratidão, muito obrigado!
Agradeço ao Júlio (Júlio Cerca Serrão), amigo de graduação e professor, foi um grande incentivador a encarar o desafio. Aos alunos de graduação que me ajudaram na coleta de dados, PH, Leandro, Cris, Yandra e Gabi. Ao Professor Luis Antonio Cespedes Teixeira (Xaru), auxiliando no trabalho de coleta junto ao Curso de Condicionamento Físico para Adultos, conhecido como CEFA, sou grato por tudo.
Márcio e Claudia da CPG, obrigado por me orientarem nos processos administrativos da faculdade.
Agradeço a banca de qualificação, Profa. Dra. Gisele A. Oda, Prof. Dr. Alexandre Moreira e Prof. Dr. Ronaldo V. Tomatieli dos Santos, pelos feedbacks que me fizeram crescer ainda mais como estudante, sou muito grato a todos.
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
2.3 HIPÓTESE
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 A RELAÇÃO ENTRE EXERCÍCIO E SISTEMA IMUNOLÓGICO
3.2 ESTUDO DA SAZONALIDADE
3.3 SAZONALIDADE E DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS
3.4 A RELAÇÃO DA SAZONALIDADE COM A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO
3.5 A RELAÇÃO ENTRE A SAZONALIDADE, O EXERCÍCIO E O SISTEMA IMUNOLÓGICO HUMANO
4. METODOLOGIA
4.1 DESENHO DO ESTUDO
4.2 ASPECTOS ÉTICOS
4.2.1 CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA
4.2.2 CRONOGRAMA DA ELABORAÇÃO – ESTUDO PILOTO
4.2.3 PRÉ-TESTE NA ACADEMIA KAINÁGUA – LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO MOVIMENTO (L.E.M.) DO INSTITUTO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA (IOT-FMUSP)
4.2.4 METODOLOGIA REPRODUTIBILIDADE
4.2.5 TESTE DE REPRODUTIBILIDADE
5. VARIÁVEIS ESTUDADAS
5.1 VARIÁVEIS INDEPENDENTES
5.2 VARIÁVEIS CLIMÁTICAS E POLUIÇÃO
5.3 VARIÁVEIS DEPENDENTES
5.4 LOCAL E POPULAÇÃO DO ESTUDO
6. ANÁLISES ESTATÍSTICAS
6.1 ANÁLISE DESCRITIVA
6.2 ANÁLISE INFERENCIAL
7. RESULTADOS
7.1 ANÁLISES DESCRITIVAS
7.1.1 ANÁLISE DESCRITIVA DA VARIÁVEL GRAU DE SEVERIDADE
8. ANÁLISES INFERENCIAIS
9. DISCUSSÃO
10. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANEXO 1 – TCLE
ANEXO 2 - APROVAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA
ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO COMPLETO CONFORME VISUALIZAÇÃO NA INTERNET
ANEXO 4 - GRÁFICOS DE RESÍDUOS
ANEXO 5 - TABELAS
ANEXO 6 - FIGURAS
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
1.
INTRODUÇÃO
Atualmente, podemos considerar senso comum que a prática de atividade física regular é benéfica e essencial à saúde. Diante de tal constatação, associada à evolução das pesquisas científicas da área de Educação Física e Esportes, muito já se conhece sobre o efeito positivo do exercício ao organismo. Pesquisas epidemiológicas relacionam a diminuição de risco de doenças, como as coronarianas, a diabetes, a hipertensão e a osteoporose, com a prática regular de atividade física (PITANGA, 2002; KHOL et al., 2012; EKELUND et al., 2016; NIEMAN; WENTZ, 2019).
Como observaremos no decorrer deste trabalho, estudos apontam melhoras significativas no sistema imunológico com a prática regular de exercício físico moderado (TERRA et al., 2012; GLEESON, 2007; BORGES, 2014). Também veremos que fatores sazonais interferem, de alguma forma, na imunidade humana e no seu comportamento, e, neste fato, observamos como as mudanças de estação afetam na prática de exercício e/ou atividade física (ATKINSON e DRUST, 2005). Diante das constatações, é de se esperar que sujeitos que praticam exercícios físicos regularmente tenham menor incidência das doenças, e que o exercício físico é visto como aliado na prevenção.
Trazemos a questão de que essa análise deverá ser local e a localização geográfica será determinante para a formação do bioma específico, que refletirá, também de forma específica, no comportamento humano. Das patologias, observamos as gripes e infecções respiratórias, que, no ano de 2010 estavam em terceiro lugar em relação aos gastos com saúde pública no Brasil, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares e câncer (BRASIL, 2010). Já em 2020, com a pandemia da COVID-19, a maior pandemia da história moderna, as doenças respiratórias saltaram ao primeiro lugar.
As gripes e infecções respiratórias em um ano comum atingem 25% da população. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2005, cerca de 4 milhões de pessoas morreram prematuramente decorrente de problemas respiratórios (BRASIL, 2010). Em São Paulo, as doenças respiratórias representaram 16% do total de leitos ocupados no Sistema único de Saúde (SUS), estando em segundo lugar no número de internações (TOYOSHIMA; ITO; GOUVEIA, 2005). Segundo o Fórum Mundial de Doenças Respiratórias de 2017, realizado na cidade do México, as doenças respiratórias causadas pela gripe matam de 250 a 500 mil pessoas por ano. Com a pandemia da COVID-19 de 2020, maior evidência é dada aos vírus respiratórios.
Nesse contexto, o estudo traz como pano de fundo a atividade física como estratégica para a prevenção de doenças respiratórias sazonais. O foco está nas associações do exercício físico em dois subtipos (aeróbico e resistido), sob a influência das condições climáticas (sazonalidade) e da distribuição da frequência de sintomas associados a infecções respiratórias ao longo de um ano (de março de 2018 a março de 2019).
Aqui se encontra o ponto central da presente pesquisa. Motivados pelas evidências científicas da importância do exercício físico na regulação do sistema imunológico; da importância da prática regular de exercício físico para a diminuição de doenças crônico degenerativas dentro de uma visão epidemiológica; da influência positiva do exercício moderado nos indicadores imunológicos; da diminuição de sintomas associados a doenças respiratórias; e da influência da sazonalidade no aumento da incidência de doenças respiratórias, pretendemos explorar, por meio de pesquisa descritiva, retrospectiva observacional, a relação entre a prática regular de exercício (aeróbico e resistido), fatores sazonais (o fotoperíodo da estação, a umidade relativa do ar, dias desfavoráveis para eliminação de poluentes) e frequência de sintomas associados a doenças respiratórias ao longo do ano na cidade de São Paulo, SP.
No contexto deste projeto, nosso olhar está relacionado ao sistema de saúde pública, seus cidadãos, as patologias respiratórias e o exercício físico regular no ambiente urbano. Nosso objetivo é investigar o possível favorecimento das práticas de exercício na saúde dos sujeitos, observando a associação das diferentes formas de prática de exercício físico (aeróbicos e resistidos) autorrelatadas com a frequência de sintomas associados a infecções respiratórias autorrelatadas ao longo de um ano, comparando-as entre si e com sujeitos que não praticam exercícios.
Com este estudo, observamos a frequência mensal de sintomas associados a infecções respiratórias dos indivíduos no ano e a analisamos frente aos diferentes perfis de prática, com o foco principal nos meses frios, sempre com uma visão epidemiológica e quantitativa do problema. A inclusão da sazonalidade se faz por observar que além do forte componente sazonal da incidência das doenças respiratórias, de alguma forma, as mudanças sazonais são mais um agente importante de interação, que envolve tanto a imunidade quanto o comportamento ligado à capacidade volitiva dos sujeitos, com foco na prática regular de exercício. Reilly e Peiser (2006) sugerem que o nível de prática de atividade física é influenciado pela quantidade de luz do dia, sendo que na primavera e verão a intensidade da atividade física é maior. Uma suposta causa seria que nos dias mais escuros aumenta-se o nível de melatonina, o que aumenta os níveis de depressão e diminui a prática de exercício.
No presente estudo, observamos que dentro da categoria exercícios existe diferença na frequência da distribuição sazonal de sintomas associados a problemas respiratórios entre os tipos estudados, com olhar especial ao outono e ao inverno. Nesse sentido, Lopes, Muniz e Silva (2016) citam o exercício como importante agente modulador da resposta imunológica e apontam a importância das vias aéreas na imunidade do indivíduo, sendo elas a porta de entrada para diversos agentes patogênicos. Porém, nem tudo é mágico. Ainda, segundo os autores, a intensidade do exercício também entra na equação, com o exercício intenso tendo a capacidade de aumentar a vulnerabilidade para infecções respiratórias.
Na coleta de dados do projeto, assumimos um viés de pesquisa quando direcionamos o questionário, em sua maioria, a públicos