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Bolsonaro encurralado entre a CPI da Covid e o Centrão
Bolsonaro encurralado entre a CPI da Covid e o Centrão
notas:
Duração:
29 minutos
Lançados:
1 de jul. de 2021
Formato:
Episódio de podcast
Descrição
Na quarta-feira (30), em Ponta Porã (MS), o presidente Jair Bolsonaro atacou a maioria dos titulares da CPI da Covid, chamando-os de "sete bandidos". No mesmo dia, a comissão aprovou uma série de requerimentos com potencial para fortalecer as investigações sobre suspeitas de irregularidades em contratos firmados ou negociados pelo Ministério da Saúde para a compra de vacinas. Na lista, estão a quebra de sigilos telefônicos, fiscal e bancário do ex-ministro Eduardo Pazuello e a convocação do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR). Barros teria sido identificado pelo próprio presidente como o nome ligado "aos rolos" na compra da Covaxin.
A comissão recebeu ainda material denunciando um suposto pedido de propina pelo diretor do Departamento de Logística (DLOG) do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, o que teria travado uma suposta negociação de vacinas da AstraZeneca, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Nesse cenário, embora demonostre irritação, o presidente deixa de explicar pontos importantes levantados nos últimos dias. Até agora, não desmentiu o deputado federal Luis Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor concursado do Ministério da Saúde, que afirmam ter dito a ele, no dia 20 de junho, sobre fortes indícios de irregularidades na contratação da Covaxin. Por ora, Bolsonaro também mantém Barros no posto de líder do governo, apesar do desgaste que isso provoca junto ao seu próprio eleitorado. O líder é um dos articuladores da aproximação entre o governo e o Centrão, da mesma forma que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) — que a cada dia se mostra mais importante para o Planalto.
No Ao Ponto desta quinta-feira, o senador e membro da CPI Alessandro Vieira (Cidadania-SE) aponta os caminhos que a comissão deve trilhar nas próximas semanas para avançar nas investigações. Na conversa, ele reconhece a conexão entre os crimes apurados pela CPI e a conduta do presidente. "Não há dúvidas do cometimento de fatos graves pelo presidente, o que falta é a configuração das condições políticas para o impeachment". A repórter Jussara Soares conta como o governo tenta se equilibrar entre o desgaste provocado pela CPI e a dependência do apoio do Centrão para evitar o avanço de um processo de impeachment no Congresso.
A comissão recebeu ainda material denunciando um suposto pedido de propina pelo diretor do Departamento de Logística (DLOG) do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, o que teria travado uma suposta negociação de vacinas da AstraZeneca, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Nesse cenário, embora demonostre irritação, o presidente deixa de explicar pontos importantes levantados nos últimos dias. Até agora, não desmentiu o deputado federal Luis Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor concursado do Ministério da Saúde, que afirmam ter dito a ele, no dia 20 de junho, sobre fortes indícios de irregularidades na contratação da Covaxin. Por ora, Bolsonaro também mantém Barros no posto de líder do governo, apesar do desgaste que isso provoca junto ao seu próprio eleitorado. O líder é um dos articuladores da aproximação entre o governo e o Centrão, da mesma forma que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) — que a cada dia se mostra mais importante para o Planalto.
No Ao Ponto desta quinta-feira, o senador e membro da CPI Alessandro Vieira (Cidadania-SE) aponta os caminhos que a comissão deve trilhar nas próximas semanas para avançar nas investigações. Na conversa, ele reconhece a conexão entre os crimes apurados pela CPI e a conduta do presidente. "Não há dúvidas do cometimento de fatos graves pelo presidente, o que falta é a configuração das condições políticas para o impeachment". A repórter Jussara Soares conta como o governo tenta se equilibrar entre o desgaste provocado pela CPI e a dependência do apoio do Centrão para evitar o avanço de um processo de impeachment no Congresso.
Lançados:
1 de jul. de 2021
Formato:
Episódio de podcast
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Vacina da Pfizer: a autópsia de um atraso de 216 dias: Em seu depoimento à CPI da Covid no Senado, na quinta-feira, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou que não faltaram oportunidades para que o Brasil tivesse à disposição a vacina desenvolvida pela farmacêutica americana. Não por generosidade da empresa, mas por duas razões: o país é maior mercado do laboratório em toda a região e brasileiros participaram dos testes clínicos do imunizante, o que daria preferência em comparação com outros potenciais clientes. Por isso, o Brasil foi o 6º país em todo o planeta a receber uma oferta para compra de doses da chamada vacina de RNA mensageiro. Só em agosto de 2020, foram três ofertas, nos dias 14, 18 e 26 daquele mês. A empresa sempre oferecia opções que variavam entre 30 milhões e 70 milhões de doses. No entanto, todas as propostas foram ignoradas pelo governo federal. Posteriormente, a Pfizer fez ainda outras duas ações junto ao governo de Jair Bolsonaro, e de Ao Ponto (podcast do jornal O Globo)