Sensualmente doce
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Sobre este e-book
Para o cruel magnata Hunter Dolan não havia nada tão delicioso quanto a vingança. Dez anos depois de ter vivido um romance apaixonado com Lily Fontaine e de os Fontaine terem atraiçoado a sua família, Hunter continuava ressentido. Agora, por fim, estava prestes a destruir o império dos seus inimigos e a triunfar.
Levar Lily para a cama era a parte mais saborosa dos seus planos. E conseguir que essa mulher lhe desse o filho que há tanto tempo desejava fecharia com chave de ouro a sua vingança...
Yvonne Lindsay
Yvonne Lindsay, autora neozelandesa best-seller do USA Today, sempre preferiu as histórias que criava às que existem na vida real. Ganhou em 2015 o Prêmio de Excelência da organização Romance Writers of New Zealand Koru. Se não está colocando no papel as histórias de seu coração, está absorta lendo o livro de outra pessoa.
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Sensualmente doce - Yvonne Lindsay
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2008 Dolce Vita Trust
© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Sensualmente doce, n.º 828 - Julho 2016
Título original: Tycoon’s Valentine Vendetta
Publicado originalmente por Silhouette® Books
Publicado em português em 2008
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas
registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-8576-9
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
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Capítulo Um
Foi como se um punhal gelado tivesse acabado de atravessar cada poro do corpo de Lily. Sentiu os pêlos da nuca eriçarem-se e a razão para tal nada tinha a ver com a leve brisa marítima que soprava naquela tarde.
Ele estava ali.
E como sempre, sentia uma imediata proximidade, uma união instantânea. Acabava de voltar ao seu lar, em Onemata na Nova Zelândia, após quase dez anos de ausência. E, aparentemente, quase nada mudara. Continuava a existir a mesma electricidade entre eles. Sabia que tinha que enfrentar aquele fantasma do seu passado: um passado do qual andara a fugir durante tanto tempo que, por fim, o círculo se completava. Levantou o olhar, consciente de que, naquele momento, ele estava ali a poucos metros.
De facto, era ele. Jack Dolan. O seu primeiro amor. E o último também.
Inconscientemente, encolheu os ombros enquanto retirava a mangueira do depósito do seu carro e voltava a colocá-la no seu lugar na bomba de gasolina.
– Portanto, és mesmo tu.
A sua voz parecia ter amadurecido: era mais profunda, mais vibrante do que há dez anos. O seu som continuava a ter o poder de fazê-la estremecer, de provocar-lhe arrepios. Embora, agora, mostrasse outro tipo de reacção. Ambos tinham mudado.
Observou-o a tirar os óculos de sol e desejou que ele não o tivesse feito. Teria preferido que se mantivesse aquela barreira entre os seus olhos e aquele olhar sombrio, tormentoso. Semicerrou os olhos por um momento, encadeada com o sol de Verão. Viu uns olhos cor de âmbar que, por um momento, a transportaram para o passado.
Lily engoliu em seco, sentindo a garganta subitamente seca.
– Não esperava ver-te assim.
– Que esperavas então? – perguntou-lhe Lily, levantando a cabeça.
De imediato, apercebeu-se do seu erro. Deveria tê-lo ignorado. Deveria ter-se limitado a encher o depósito e partir.
– Para já, não esperava ver-te a encher tu mesma o depósito do teu carro.
Lily cedeu à provocação.
– Sim, são surpreendentes as coisas que mudam quando nos tornamos adultos, não é?? Eu também não esperava ver-te assim – lançou-lhe um olhar gozão, que esperava que ele percebesse, ao seu fato caro, de marca, e aos seus elegantes sapatos italianos. – Lembro-me que antes costumavas ganhar algum dinheiro a trabalhar na bomba de gasolina. Ainda te lembras de como se enche um depósito ou já te esqueceste?
Ficou a olhar para ela com uma expressão inquisidora e Lily gemeu para si própria. Quando aprenderia a calar a boca?
Virando-lhe as costas, entrou na loja para pagar a conta, sentindo sempre o olhar dele fixo nas suas costas.
Não sabia muito bem o que tinha esperado encontrar na loja mas, de modo algum, aquele balcão moderno, com os produtos cuidadosamente expostos. A bomba de gasolina tinha evoluído. Ela não era a única a ter mudado desde a sua vergonhosa fuga de uma terra que aprendera a odiar.
O som das portas automáticas a abrirem-se nas suas costas e um odor a água-de-colónia cara confirmaram os seus piores temores: ele seguira-a. Com um sorriso breve, aceitou o recibo que o empregado lhe estendeu e voltou-se para sair.
Mas não conseguiu. Nesse momento, Jack impedia-lhe a passagem.
– Que te trouxe de volta, Lily?
– Nada em particular – respondeu, no tom mais calmo que foi capaz de fingir.
– Pensas ficar durante muito tempo?
– O tempo suficiente, Jack. Não tenho pressa em voltar a ir-me embora. Satisfeito?
– Desapareceres o mais depressa possível era uma especialidade tua, lembras-te? E quanto a isso de estar ou não estar satisfeito...
Lily sentiu o coração a bater mais depressa. Tirou os óculos de sol do bolso, colocou-os e dirigiu-se para o carro, pensando que aí estaria a salvo. Tremendo, abriu a porta e sentou-se ao volante.
Acabava de ligar o motor e de engatar a mudança quando umas pancadinhas no vidro a sobressaltaram.
Era Jack outra vez. Que se passaria agora?
– Sim?
Sentiu o coração dar um salto ao vê-lo sorrir. Mesmo após tantos anos, conseguia ler-lhe a alma: sabia perfeitamente quanto o irritara o seu comentário.
– Passou-se muito tempo – murmurou. – Não recomecemos com tão má fé. Peço desculpa pelo que te disse antes. Não queria aborrecer-te logo na tua primeira viagem de regresso a casa.
– Não há problema, Jack. Não levei a mal.
Continuava sem retirar a mão do carro, enquanto Lily morria de vontade de pisar o acelerador e sair dali a toda a velocidade. Manteve o olhar fixo nos seus dedos, como se estivesse a indicar-lhe que os retirasse depressa. Tinha as mãos grandes e largas e os dedos longos, com as unhas bem tratadas. Muito diferentes das do aprendiz de mecânico que conhecera anos antes. Embora contrariada, sentiu uma pontada de nostalgia.
Voltar para casa fora um erro terrível.
– Vemo-nos por aí, então – disse com um tom de convicção. De certeza.
– Sim.
Tinha os nódulos brancos da força com que estava a agarrar o volante. Inspirou fundo, obrigando-se a relaxar. Jack retirou a mão e ergueu-a num gesto de adeus. Por fim, Lily deixou para trás a bomba de gasolina.
Duvidava que voltasse a vê-lo em breve. Se pudesse evitá-lo, tal não ocorreria. Embora, vendo bem, aquele súbito encontro com Jack Dolan tivesse as suas vantagens: assim, já ultrapassara esse trâmite inevitável. Agora, só lhe faltava enfrentar o pai... Ah, e reconstruir a sua vida. Sorriu, triste. Se fosse tão simples de fazer como de dizer...
Enquanto cruzava a terra, foi dando por algumas mudanças: umas eram subtis, outras mais visíveis. Teve uma sensação de estranheza e familiaridade, que a inquietou. Embora o principal motivo da sua inquietação não fosse outro senão o seu destino: a casa de praia do pai, na mesma ponta da faixa costeira que dava o seu nome a Onemata. Não voltara a pisar aquela casa desde a noite em que o pai pusera um fim à sua história de amor com Jack e a expulsara para Auckland. Desde então, sem qualquer vontade de regressar, vivera ali, estudando na universidade e aproveitando o anonimato que a maior cidade da Nova Zelândia proporcionava, ao contrário de uma terra em que toda a gente a conhecia.
Um providencial encontro com um caçador de talentos tornou-a uma modelo profissional, catapultando-a para as páginas da revista Fashion Week e, depois, para todos os Estados Unidos. A última coisa que alguma vez lhe passara pela cabeça era voltar para Onemata. Mas, na vida de uma pessoa, chega sempre um momento em que é preciso parar para fazer um balanço e rever o seu próprio rumo. Uma sucessão de opções infelizes e investimentos, além de estar afectada por uma persistente mononucleose, acabaram por obrigá-la a não aceitar novos trabalhos. O que levara Lily a parar para pensar.
Jack ficou a olhar para o carro de Lily enquanto se afastava pela rua central da terra.
Será que ela saberia que a maior parte da povoação lhe pertencia a ele? Desconfiava que não.
Ainda sentia o corpo a arder, um incêndio causado pelo fogo que irrompera dentro dele assim que a vira. Pensava já ser imune a ela, após tantos anos, mas não. A sua reacção a Lily fora tão instantânea e imediata como no primeiro dia em que a vira na escola de Onemata.
Estava mais magra, com um aspecto quase frágil. E nos seus olhos azuis claros vira um distanciamento insólito, desconhecido para ele. Um distanciamento que lhe recordara o pai dela e a sua duvidosa ética profissional.
A promessa que tinha feito a si mesmo há anos e que o levara ao topo da elite empresarial australiana, ecoou na sua mente. A família Fontaine nunca voltaria a magoar nenhum dos seus entes queridos.
Começou a pensar no seu próximo passo. O regresso de Lily era profético. Durante os últimos anos fora adquirindo as propriedades que pertenciam a Charles Fontaine e, agora, preparava-se para aplicar o golpe de misericórdia: a destruição da Fontaine Compuware, o sustentáculo da riqueza de Charles. Mas o cúmulo seria usar Lily Fontaine como arma táctica na sua estratégia final...
Charles merecia-o, claro. Tanto quanto a sua mentirosa filha.
Lily sentou-se nas dunas, de costas para os focos que iluminavam o prado bem cuidado e o edifício de dois pisos de estilo espanhol que o pai erigira como monumento à sua riqueza. Tinha o olhar fixo nos reflexos da lua no mar, com as ondas a parecerem devorar o litoral com uma precisão militar.
Onemata tinha aquele efeito sobre as pessoas: devorava-as e consumia-as. Lenta e inexoravelmente.
Assim que entrara, abrindo a porta com a sua velha chave, recebera um recado manuscrito da governanta, a senhora Manson. O seu pai, ocupado no escritório, dissera-lhe para se pôr à vontade e que não o esperasse para jantar.
Recebera com alívio aquele inesperado atraso no reencontro com o pai. Um alívio a que se seguira uma pontada de dor. Porque era evidente que o pai não se dera ao trabalho de tentar estar em casa para recebê-la.
A distância gerada por todos aqueles anos de separação parecia ter desaparecido. Esfumara-se num abrir e fechar de olhos. Jurara a si mesma que nunca voltaria, uma promessa que fizera entre lágrimas depois do seu pai