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Obesidade: A arte de remover esse peso
Obesidade: A arte de remover esse peso
Obesidade: A arte de remover esse peso
E-book385 páginas4 horas

Obesidade: A arte de remover esse peso

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Sobre este e-book

Este livro nasceu da observação, durante a prática clínica, na qual poucas
pessoas entediam de fato o que estava acontecendo com elas mesmas, até procurarem
ajuda médica para o tratamento da obesidade. A maioria dos pacientes
chega descrente e frustrada com relação à perda de peso, queixa-se de que
perder peso é uma questão estética e que não deve ser prioridade em sua vida,
tampouco para sua saúde, nega o uso de medicações para tal tratamento, alegando
não precisar desse "apelo", chega com ideias deturpadas sobre alimentação,
medicação e doença. A relação com os familiares, diante da obesidade, também
é outra situação que, na maioria das vezes, encontra-se equivocada. Quando
os familiares acompanham a consulta de obesidade do parente, apresentam-se
como julgadores, delatores, descrentes ou frustrados. Forçam a situação daquela
consulta, e surgem as famosas frases: "Está vendo?", "Eu não disse?". Geralmente,
o paciente, e protagonista, permanece calado, envergonhado e exposto.
Portanto, para quem pretende gastar um pouco de tempo para aprender
mais sobre si mesmo, ou sobre seu familiar, e mudar esses paradigmas: este livro
é para você!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de mar. de 2018
ISBN9788593696077
Obesidade: A arte de remover esse peso

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    Pré-visualização do livro

    Obesidade - Dra. Lia Lima

    1

    Obesidade o Mau do Século

    Falar sobre a obesidade é abordar um assunto bem árduo e ainda pouco esclarecido. Os livros sobre obesidade apresentam diversas teorias e muitas propostas para combatê-la, mas a maioria se destina ao estudo científico e está voltada à informação de novas descobertas e ao ensino técnico. Diferentemente, este livro trata a obesidade apresentando tópicos relevantes com uma linguagem mais simples e de cunho informativo, voltada à população em geral.

    Escolhi explicar e descrever a obesidade, além de sugerir uma opção de tratamento, a fim de que o paciente e leitor entenda mais sobre sua própria condição. O autoconhecimento de sua patologia e a identificação de possíveis empecilhos auxiliam no sucesso do tratamento, portanto, a informação aqui contida é essencial na adesão daquele que está em tratamento.

    Sabe-se que a obesidade surgiu ao mesmo tempo em que as sociedades se formaram. A modernidade chegou com facilidades para a vida das pessoas, mas, consequentemente, o homem foi se tornando cada vez mais sedentário e disso surgiu a necessidade de incluir exercícios físicos na rotina (que o corpo é programado para realizar), para compensar a falta deles no dia a dia.

    O estilo de vida da população brasileira com relação aos hábitos alimentares e à prática de atividade física está se tornando semelhante ao de países desenvolvidos. Nos últimos 50 anos, a sociedade, antes basicamente rural e fisicamente ativa, vem se transformando em uma população urbana, isto é, de cidadãos ansiosos, estressados e obesos, com pouco ou nenhum envolvimento em atividades físicas. Essa situação pode ser ainda mais alarmante se considerarmos que um estudo que classificou o sedentarismo mundial por meio da somatória de passos dados por dia pelos cidadãos, registrados por aplicativos de celulares, observou que a população brasileira encontra-se pior que muitos países desenvolvidos, como os Estados Unidos e o Canadá.

    Várias fases e condições da vida podem influenciar para o ganho de peso, desde o período intrauterino, o peso ao nascer, na infância e na adolescência, a amamentação, o número de gestações, a união matrimonial e até a menopausa ou a fase de distúrbio androgênico associado ao envelhecimento masculino, popularmente conhecida como andropausa. A obesidade, quando instalada na infância e adolescência, em especial entre os 10 e os 15 anos, pode aumentar até 83% da chance de se prolongar com prejuízo da qualidade de vida, para a idade adulta e reduzir o tempo de vida. Também existem indícios de que, a cada parto sucessivo, há o aumento aproximado de um quilo em relação ao peso anterior da mulher, que normalmente aumenta com o incremento da idade. O ganho de peso excessivo durante a gestação e a não perda dele no pós-parto são características importantes para manifestação de obesidade no longo prazo. Já o ganho de peso após a menopausa está relacionado à idade e ao estilo de vida. O casamento é outra condição que pode influenciar o ganho de peso, principalmente em mulheres. As razões disso podem ser a redução do gasto energético e o aumento na ingesta calórica devido a alterações nos hábitos alimentares e principalmente sociais.

    Se a obesidade fosse apenas uma conta matemática em que a ingesta de alimentos deveria oferecer exatamente a quantidade de energia a ser gasta, como justificar que eventos metabólicos ou sociais na vida de um indivíduo podem causar ganho de peso? E, ainda mais, como e por que esses fatores são gatilhos para o desequilíbrio do peso é algo que ainda não sabemos.

    Charles Darwin × Obesidade e Sobrepeso: A Teoria da Seleção Natural Entra Aqui

    Desde sempre e cada vez mais, as pessoas se comparam umas às outras. E foi por meio de comparações e da observação da evolução ao longo do tempo que o naturalista Charles Darwin (1809-1882) criou a teoria da seleção natural da evolução das espécies, publicada em seu livro A origem das espécies. Nele, o autor defende que as condições ambientais favorecem alguns biotipos e outros não, fazendo que naturalmente os menos adaptados ao ambiente desapareçam com o passar do tempo. Essa descoberta se deu por meio da seguinte pergunta: como temos registros de que determinado animal morou neste ambiente e não há mais a presença dele ali na atualidade? Provavelmente, porque apresentava alguma característica que o colocava em desvantagem em relação a seu predador e fez com que, com o passar dos anos, ele se extinguisse.

    As espécies que sobrevivem não são as mais fortes, e nem as mais inteligentes, e sim aquelas que se adaptam melhor às mudanças.

    Charles Darwin

    Para a evolução da espécie humana, foram necessários milhões de anos de adaptação e evolução. Sempre em equilíbrio, com a sobrevivência como objetivo, a natureza se adapta, nosso organismo se adapta e todos seus sistemas também.

    Certo, isso foi o ensinado na escola. Mas como esse assunto se relaciona com a obesidade?

    Acredita-se que, na Pré-História, período em que o homem era primata, ele tenha passado fome. Essa condição se derivou da dificuldade de obter alimento, somada ao elevado gasto energético para sobreviver. Assim, nesse período, pessoas que tivessem alguma patologia que promovesse desequilíbrio no controle de peso, apresentando maior armazenamento calórico que o gasto, eram selecionadas pela natureza, pois conseguiam sobreviver sob condições adversas. Paradoxalmente, podemos concluir que a obesidade foi um fator positivo para sobrevivência da espécie naquela época.

    A obesidade foi

    um importante

    fator para a

    sobrevivência da

    espécie.

    Com o passar do tempo, acredita-se que na Era Paleozoica, mais de 200 milhões de anos atrás, quando o homem era caçador, sua maior fonte alimentar eram as proteínas animais e carboidratos originários de tubérculos. Assim, os carboidratos eram fonte de energia imediata e, como havia um alto gasto calórico para caçar e se aquecer, a teoria é que, naquela época, a obesidade foi extinta. Mesmo que houvesse homens com predisposição genética para obesidade, estes não desenvolviam o estado obesogênico, pois as condições ambientais e os hábitos alimentares e de vida não permitiam estocar energia em forma de gorduras.

    Uma condição obesogênica é aquela que favorece o acúmulo de peso, mesmo que a pessoa não tenha predisposição para isso, por exemplo: comunidades cuja população têm o hábito de consumir maiores porções alimentares, têm preferência por alimentos calóricos, de baixa oferta nutricional e hábitos sedentários.

    Entretanto, o ambiente não deve ser o único réu nessa história. A obesidade é uma condição mal compreendida. É resultado de uma intrincada combinação de fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Um indivíduo pode ter carga genética para obesidade e não apresentar a doença, se condições influenciadoras não permitirem seu desenvolvimento, como no caso de nossos ancestrais, que tinham o gene para a obesidade, mas não a desenvolveram. É com essa ideia que se deve enfrentar a obesidade atualmente, isto é, mesmo com uma carga genética presente, deve-se atuar com relação aos fatores ambientais e metabólicos.

    Acredita-se que o homem passou a aumentar seu peso com a descoberta do fogo, pois, assim, iniciou-se a ingesta de alimentos mais calóricos, os cozidos.

    Resumindo: Nossos ancestrais passaram fome diante de condições ambientais adversas, e aqueles que possuíam o(s) gene(s) que estocava(m) energia foram selecionados por melhor se adaptarem ao meio ambiente. Ao longo do tempo, ocorreu a seleção, a modernidade se instalou com seres geneticamente predispostos a desenvolver obesidade e criou um ambiente extremamente obesogênico. Contraditório, não é?

    A teoria da seleção natural explica a grande diversidade corporal existente e destacando que ainda há, na sociedade atual, indivíduos que apresentam código genético de manutenção do peso estável, assim como também existem aqueles que apresentam a característica gênica de gastar mais calorias do que estocam, apresentando-se extremamente magros, mesmo quando se alimentam com grandes quantidades: o famoso magro de ruim.

    Hoje, sabemos que 90% das causas de obesidades são decorrentes de duas condições ambientais (o meio obesogênico), conhecidas como "Bio Two, que são as situações que promovem redução do gasto energético somado à condição de aumento de ingesta alimentar. As Big Two", somadas ao efeito da seleção natural, são as principais justificativas para a crise epidêmica da obesidade, mas ainda não explicam tudo.

    Conceito de Obesidade

    Não há como descrever uma doença, sem usar termos médicos, de forma que a leitura pode se tornar, em alguns momentos, complicada e cansativa. Apesar do esforço para evitar o mecidinês, sinta-se desafiado a seguir adiante, pois, somente com os conceitos instalados, é que este livro alcançará seu propósito.

    A obesidade é

    uma condição mal

    compreendida.

    A obesidade é uma doença crônica, de grande incidência mundial. Sua prevalência estatística só aumenta ao longo dos anos, e está relacionada com a principal causa de morte no mundo: a DCV (Doença Cardiovascular). Assim, por contribuir com o aumento de mortes, é também, considerada uma epidemia.

    Seu conceito varia na literatura e deverá se modificar, à medida que novas descobertas forem surgindo. A seguir, algumas definições presentes na literatura médica:

    "Obesidade é definida como um excesso de tecido adiposo no organismo.

    Essa patologia é gerada por taxas metabólicas baixas e ingestão

    normal de alimentos, ou superalimentação e sedentarismo."¹

    "A obesidade é uma doença crônica e multifatorial, caracterizada pelo

    acúmulo de gordura corporal em excesso, prejudicial à saúde."²

    "A obesidade reflete, qualitativamente e quantitativamente, a proporção

    de tecido adiposo. O excesso de peso significa um aumento do peso

    tendo como referência a altura do indivíduo."³

    "A obesidade é um distúrbio metabólico, traduzido por um aumento

    persistente do balanço positivo entre o consumo e o gasto de energia."

    Porém, a mais adequada é esta definição que foi retirada de um artigo recente:

    "A obesidade é uma condição crônica e mal compreendida. Ela não pode

    ser explicada apenas como fruto de escolhas pessoais inadequadas. Nem

    pela preguiça ou pela falta de amor-próprio. É resultado de uma intrincada

    combinação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais e culturais."

    A obesidade é uma condição clínica patológica, multifatorial, crônica e que exige tratamento multidisciplinar e controle por tempo indeterminado. Necessita, como toda doença crônica, muita disciplina. A taxa de insucesso no tratamento da perda de peso, com a recuperação do peso anterior no intervalo de dois anos, é enorme. Os dois primeiros anos após a perda de peso é o tempo garantido pelos estudiosos durante o qual o organismo ativa mecanismos que buscam o retorno do peso anterior. Portanto, a luta contra a obesidade deverá ser constante.

    Epidemiologia da Obesidade e Sobrepeso

    Nas últimas décadas, houve um aumento considerável de casos de sobrepeso e obesidade na população mundial. Até o ano de 2000, a Organização Mundial da Saúde (OMS)⁶ estimou que 300 milhões de pessoas estariam obesas. Atualmente, estima-se que existam dois bilhões de adultos com sobrepeso, dos quais 1/3 – 600 milhões de indivíduos –, podem ser classificados como obesos. As projeções para 2030 são de que, até lá, metade da população esteja acima do peso ou obesa.

    Uma em cada três

    pessoas no mundo

    está acima do peso.

    Acredita-se que pelo menos uma a cada três pessoas no mundo estão acima do peso ou é obesa. Pela incidência crescente, pela importante prevalência e pelas consequências causadas pela obesidade, essa patologia está sendo considerada uma epidemia mundial e a mais importante desordem nutricional, causadora de mais mortes que a desnutrição.

    É difícil estimar a relação da obesidade como a principal causa de morte em um indivíduo. A maioria das causas é secundária às consequências da obesidade, e não exclusivamente ao peso. Há 2.500 anos, Hipócrates já havia observado a relação entre obesidade e longevidade, descrevendo que pessoas obesas morriam mais cedo que as magras, situação que permanece até hoje. A obesidade está relacionada à piora da qualidade de vida e à prematuridade da morte. A partir dos 40 anos, a obesidade excessiva e crônica é capaz de reduzir a expectativa de vida em até 10 anos. Ou seja, se o indivíduo está acima do peso e tem mais de 40 anos de idade, possivelmente estará reduzindo cerca de 10 anos de sua existência. Sendo assim, o primeiro passo para quem quer viver mais é entender que a condição de excesso de peso deve ser combatida e controlada.

    No Brasil, os relatórios indicam que 49% da população adulta está acima do peso e que 13,1% das mulheres e 8,9% dos homens têm obesidade.

    Apesar do aumento de peso ocorrer em todas as faixas etárias e em ambos os sexos, a obesidade tem maior frequência entre os 45 e 64 anos. Também existe maior prevalência de obesidade entre as mulheres e entre os indivíduos idosos.

    Dados do estudo do International Obesity Task Force (2000) mostraram que, nas últimas décadas, a prevalência da obesidade tem aumentado significativamente em várias regiões do mundo e se tornado responsável, em grande parte, pelo aumento da mortalidade, com implicações significativas para o indivíduo, a família e a comunidade.

    A obesidade e o sedentarismo contribuem decisivamente para a mudança do padrão da economia. Há maiores gastos com a saúde associados à obesidade, tanto por parte do paciente, com planos de saúde e medicações, como por parte do governo, assim como menores contribuições no rendimento de trabalho por doenças incapacitantes, maior mortalidade e absenteísmo por doenças associadas.

    Acredita-se que o investimento americano relacionado à obesidade e suas consequências, em 2014, foi de cerca de 2 trilhões de dólares, aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) americano.

    O propósito de trazer os dados acima é salientar a gravidade da situação, porém enfatizar igualmente que essa condição é potencialmente modificável. A obesidade é algo de que a população precisa ser conscientizada e que deve ser levada a sério, de forma generalizada, nas escolas, no trabalho, em casa, dentre a classe cientifica, jurídica, política e industrial. Se você se encontra dentro da realidade dos dados acima, comece a mudar esse paradigma agora.

    Gordofobia

    Esse assunto não poderia deixar de aparecer neste livro, em razão de sua relevância e seriedade.

    De forma simplista, gordofobia é a aversão ao corpo do outro que está obeso. Porém não é tão simples assim, pois culmina em terríveis danos, como a estigmatização, desvalorização e hostilização de obesos na sociedade. É mais um preconceito a ser combatido.

    A luta contra o preconceito já foi um assunto polêmico, mas, quando se insere nos temas da atualidade, o direito de igualdade parece ser algo de desejo comum. Por conta do preconceito embutido e enraizado em ideias predefinidas, infelizmente, o combate à desigualdade não foi bem-sucedido. As mulheres ainda recebem salários menores em seus cargos de trabalho (quando comparados aos dos homens), existe preconceito contra os homossexuais, os doentes, e o obeso sofre bullying.

    O bullying é o ato violento, verbal ou físico, repetitivo e intencional, com intenção de intimidar os que são alvos das agressões. Quem pratica o bullying contra obesos é gordofóbico.

    Para ser gordofóbico não é preciso ser magro. A gordofobia é um problema legítimo e antigo. Uma das maiores dificuldades ao se enfrentar a gordofobia está na própria resistência social em reconhecer esse preconceito e na ideia de que esse ato não é nocivo. Essa condição é tão mascarada e internalizada, que, na maioria das vezes, o obeso não tem consciência de que sofre bullying e o outro não reconhece que o causa.

    Pessoas que manifestam extrema aversão à comida, com o medo do ganho de peso, não notam, mas são gordofóbicas. Outras que fazem julgamentos negativos ao estilo de vida dos obesos, observam e comentam seus hábitos alimentares de forma constrangedora e depreciativa, ou que se julgam ter intimidade para poder dar dicas, como se ninguém os tivesse alertado antes, também manifestam gordofobia. Isso nada mais é que uma alegação para utilizar todos esses comportamentos intrusivos como justificativas de uma falsa preocupação com a saúde do outro. Aqueles que têm pena dos gordinhos ou associam o descaso com a saúde ao excesso de peso estão sendo também gordofóbicos.

    Existe uma ideia ignorante de que o magro é naturalmente saudável e o obeso não. O próprio obeso, às vezes, manifesta autorrejeição, que é outro ato de gordofobia. Portanto, é de bom senso a autoavaliação pessoal e a identificação da gravidade de que os comportamentos acima citados, mesmo que aparentemente inocentes, podem ser extremamente nocivos.

    Existem vários relatos científicos de que a expressão do bullying é presente, consistente e forte e que gera inúmeras consequências negativas para a saúde do obeso, que é prejudicada pela negligência das autoridades, escolas e familiares.

    Em protesto e combate contra isso, nasceu a classe Plus Size. São mulheres e homens que se agregam contra o preconceito aos obesos ou indivíduos com sobrepeso na sociedade. Eles buscam o direito de igualdade, o respeito e, acima de tudo, propõem formas de educação e conscientização sobre a situação.

    O excesso de peso, como já citado, na atualidade, é uma epidemia, presente no Brasil em mais da metade da população, portanto, é algo que não pode ser neglicenciado, e sua aceitação é necessária. No entanto, a aceitação não pode ser sinônimo de descaso. Não é porque as pessoas sofrem de uma doença, no caso o excesso de peso, que podem simplesmente viver assim. O excesso de peso nem sempre significa descuido com a saúde, mas sempre significa falta de saúde.

    Existe um risco, na população Plus Size, de comodismo com sua condição, portanto, o incentivo ao tratamento de sua doença deve ser bem conceituado e incentivado.

    Há uma minoria da parcela dos obesos que apresenta exames de sangue normais, faz exercícios físicos e preza por um estilo de vida saudável. São os chamados obesos metabolicamente saudáveis. Entretanto, após 20 anos de obesidade, a chance de evolução de doenças é 25% maior que a da população normal, o que leva à conclusão de que o excesso de peso e acúmulo de gordura não é algo saudável. Os bons hábitos de vida devem ser incentivados e praticados por todos, sejam magros, com sobrepeso ou obesos, a favor da saúde e para proteção da vida.

    O que existe, na evolução natural histórica, é a troca de um padrão anterior por outro padrão extremo, o que mantém as diferenças e não gera a igualdade. No caso da gordofobia, a população que sofre de obesidade e bullying, em vez de receber apoio educativo e incentivo das autoridades, ou estratégias de prevenção ao ganho de peso no trabalho, nas escolas e por parte das indústrias alimentícias, simplesmente recebe a aceitação da condição de obesa e o estímulo para que continue nessa situação.

    Se é verdade que os obesos devem ser respeitados por sua condição, por outro lado, devem também ser conscientizados de que seu estado é prejudicial à saúde e, consequentemente, de que é necessário que procurem auxílio profissional para reverter a doença.

    Qual é Meu Peso Ideal?

    A obesidade é bem mais que o excesso de peso. O indivíduo costuma apresentar uma relação de amor e ódio com a balança ou, ainda, de medo. Entretanto, a balança fala muito pouco do que queremos entender, tratar e resolver.

    Não existe um

    peso ideal para

    cada um.

    Não existe um peso ideal para cada um ou uma meta de peso. O que existe é um peso que, associado a práticas rotineiras e hábitos de vida saudáveis e sustentáveis, faz o indivíduo se sentir feliz com a aparência e ter boa saúde e bom funcionamento do organismo como um todo.

    Há várias formas de classificar a obesidade. A OMS definiu o Índice de Massa Corpórea (IMC), ou índice de Quetelet, como o método mais próximo da realidade dessa patologia. Diversos estudos demonstraram que pessoas obesas apresentaram mortalidade (risco de morte) mais elevada que pessoas não obesas, ou seja, com o índice dentro da normalidade. Do mesmo modo, pessoas com IMC baixo também apresentaram mortalidade aumentada. Assim, o IMC se tornou a forma padrão e científica de classificação de sobrepeso e obesidade. Apesar de essa fórmula definir quem está com excesso ou déficit de peso, é um método insuficiente, por apresentar as seguintes desvantagens: não define o local do depósito de gordura, não identifica qual componente corporal (músculo, gordura ou ossos) está em excesso, a idade e etnia apresentam resultados discordantes de IMC e é infiel para pessoas com desvio de coluna, edemas, entre outras patologias. Portanto, o ideal é que o IMC seja usado em conjunto com outros métodos de detecção de gordura, pois a combinação desse índice com medidas da distribuição de gordura pode ajudar a resolver alguns problemas gerados por seu uso isolado.

    Classificação de Obesidade

    Índice de Massa Corpórea

    Classificação da obesidade em adultos de acordo com Índice de Massa Corpórea

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