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Cozinha de Montanha
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E-book167 páginas1 hora

Cozinha de Montanha

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Sobre este e-book

Conheça um livro de receitas com pratos tradicionais da cozinha da Serra Fluminense, misturando com ingredientes da culinária internacional. No livro de receitas de Alda de Oliveira você encontra desde iguarias aos mais sofisticados pratos.Alda Maria de Oliveira traz nessa obra mais do que conhecimento da sua vasta experiência no ramo dos alimentos - desde a produção agrícola até o preparo na cozinha, mas nos traz cultura, recordações, em uma leitura descontraída. Na verdade, o livro além de receitas e boas histórias, é também em parte uma rica autobiografia.Alda nos faz viajar no espaço e no tempo, antes de apresentar cada uma de suas receitas, relacionando, inclusive, a procedência de ingredientes com fatos da história de Nova Friburgo e do Brasil.As receitas misturam matéria prima e elementos diversos, remontando na cozinha toda a miscigenação da cultura brasileira. Ler cada receita faz despertar a imaginação para os odores e sabores que devem originar dessas misturas, sendo esse um convite a experimentar cada um desses pratos.Leia, deguste um bom prato e aumente seu conhecimento cultural.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de dez. de 2022
ISBN9786588240212
Cozinha de Montanha
Autor

Alda Maria de Oliveira

Engenheira agrônoma

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    Cozinha de Montanha - Alda Maria de Oliveira

    Apresentação

    Neste livro foi reunido um conjunto de receitas práticas, saudáveis e gostosas que é a soma de tudo o que aprendi em 74 anos de existência perambulando pelo mundo.

    Parte delas aprendi na roça, com minha mãe e minha vó, ambas camponesas da distante cidade de Canguçu: muitas delas; com minha sogra, que cursou culinária na Alemanha, algumas outras receitas, ou foram contribuição de amigas e amigos.

    No entanto, a maioria são produto das minhas horas de absoluto prazer em uma das duas cozinhas de nossa casa no Vale do Sol, na cidade, ou a 1 287 metros de altitude, em nosso Sítio Montanhas da Boa Vista, na comunidade do Cardinot, onde aos sábados, domingos e feriados relaxava no templo preparando minhas receitas. Há contribuições também do período que morei em outras cidades e países.

    É necessário que se diga com absoluta honestidade que sou uma pessoa em trânsito, tenho a consciência exata da minha passagem neste planeta com quem tenho uma relação mágica desde pequenina, por isso sou filha da impermanência; e nada mais é tão ‘inconstância’ quanto uma receita.

    E assim trânsito, sem rigidez, mas com um profundo exercício de conscientização, o caminho do meio, deixando as carnes, principalmente a vermelha, em direção a uma alimentação mais leve e mais saudável.

    Os poemas, a prosa, os pequenos contos, os pensamentos ou simples registros são páginas da minha vida.

    O livro é dedicado ao melhor padeiro que conheço; Gero, meu marido e o amor da minha vida. Também dedico a um excelente gourmet, meu melhor amigo e filho Guilherme, ótimo com as panquecas e crepes.

    A minha filha Adriana, melhor companhia e amiga de caminhada terrena, andarilha como eu; que faz um bolo de banana chamado nega maluca que fica muito melhor quando se erra e fica solado e, acima de tudo as minhas netas Maria Clara, com cinco anos, que adora cozinhar e Micaela Flor, com dois anos, que adora comer.

    As observações botânicas, químicas, nutracêuticas e medicinais sobre várias plantas usadas nas receitas, são respingos da minha atividade profissional como pesquisadora e engenheira agrônoma.

    A gente à mesa

    É aqui que tudo começa.

    Aprontar uma mesa para servir uma refeição pode ser sempre, um ato ritualístico, um ato devocional.

    Comer é comungar, partilhar, celebrar às vezes com a gente mesmo.

    Toalha ou jogo americano; flores, velas, talheres, xícaras, pratos para servir e descanso para panelas, devem primar pela simplicidade e beleza.

    Escolher materiais naturais do artesanato regional brasileiro, latino-americano ou africano, desde produtos das várias palhas e cipós, pedra sabão, ferro, barro, argila é firmar um compromisso com as comunidades que geram renda dentro da economia solidária em ações sustentáveis; assim contribuímos com meio ambiente, dando um toque de suavidade e bom gosto ao pôr a mesa.

    Estar à mesa é estar num altar especial, onde da melhor forma que pudermos, devemos dar ao nosso corpo, a nossa mente e ao nosso coração emocional a energia necessária para trabalhar, conviver, passear, criar, enfim viver a vida sendo feliz.

    Felicidade é a única coisa que realmente importa.

    E a filosofia, a psicologia, a psiquiatria, a poesia e uma gama imensa de escritoras e escritores estão reafirmando, cada vez mais, que a felicidade sustentável está contida nos momentos mais simples, nos pequenos instantes de nossa trajetória onde a alegria nasce serena de dentro da gente. Às vezes, olhando atentamente uma flor, um pássaro, o sol que nasce no meio da montanha, um pedaço de rio correndo entre as pedras dentro da floresta, uma criança que ri, uma homenagem recebida, um gesto de conforto e amparo, um abraço forte, um convite inesperado para tomar café na esquina, o livro que a gente queria e uma amiga atenta comprou e deu de presente, os vizinhos que chegaram para o mutirão, o telefonema do amigo distante que iluminou a manhã de sábado ou a noite de quarta-feira de um janeiro perdido no calendário, o amado que chegou para o café da manhã, enfim, mil situações nas quais a gente se sente muito amado e pode amar sem reservas.

    Comer é a celebração em cores, sabores e amores. É o fruto da terra posto na nossa frente para tornar nossa alma mais leve.

    Salada

    Azeite extra virgem, vinagre balsâmico, Zattar, Gersal e Shoyu precisam estar na mesa para dar maior sabor a esse festival de saúde chamado salada. Os demais temperos a gente inventa ou segue a sugestão do ‘caderno equilíbrio’ da Folha de São Paulo, que sai às quintas-feiras, pega na horta, pede à vizinha ou ao vizinho, compra na feira, na mercearia ou nos bons supermercados da cidade.

    O termo salada vem do latim herba salata que significa ‘erva salgada’. Os franceses usam mais o termo crudités pois, designa melhor a ingestão de hortaliças cruas, sejam elas folhas, flores, frutos, frutas e sementes. De todas as formas, de todos os tons de verdes, de todas as cores e todos os sabores. Já os romanos começavam a refeição com o gustatio, literalmente antepasto, aquilo que se comia antes da refeição, que incluía verduras – hortaliças de folhas – variadas, legumes como aspargos e alcachofras, queijos e ovos.

    Azeite extra virgem, extraído a frio de azeitonas verdes selecionadas dos países europeus como Espanha, Portugal, Grécia e de vários países do Oriente Médio, como Turquia, Irã, Iraque, Arábia Saudita e outros, traz para nossas mesas uma das melhores fontes de gordura saudável com reconhecidas qualidades como; antioxidante e protetor do aparelho circulatório.

    Os Estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais já tem produção nacional de azeitonas e de azeite extra virgem orgânico.

    Vinagre balsâmico, que às vezes confunde as pessoas pelo seu nome em italiano ‘aceto balsâmico’ é um vinagre especial feito do mosto de uvas de alta qualidade que são usadas na fabricação de bons vinhos tintos, com baixa acidez e alcalinizante do sangue é um ótimo complemento do azeite para saladas. Uso ‘Aceto Balsâmico De Modena’, italiano, que tem baixíssima acidez e muito sabor e que conheci no Sítio Igarapé, em Macaé de Cima – Cabeceiras, da queridíssima amiga Luciana Seabra Aguiar.

    Zattar é um produto do Oriente Médio, à base de gergelim moído e Sumagre ou Sumac- um tempero, de planta arbustiva, de folhas avermelhadas no outono/inverno, produzido principalmente nas montanhas do Líbano que lhe dá um sabor peculiar, um gosto ácido de fruta silvestre, extraído de suas bagas e foi usada pelos romanos antes dos limões terem chegado à Europa; é altamente energético e digestivo, restaurador físico e mental. Em Nova Friburgo, várias famílias de imigrantes libaneses trazem do Líbano, mas se pode comprar o produto, hoje, em várias lojas de grãos em Nova Friburgo. Já se comprou por aqui, na delicatéssen do Carlos e da Rebeca na Alberto Braune e no Merceeiro, em Olaria, da minha muito querida quase-irmã Regina Abicalil. Lamentavelmente ambas as casas fecharam.

    Gersal é uma mistura de gergelim natural, semente do Oriente Médio, mas também produzido no Brasil no Tocantins, moído e sal, também energizante realça o sabor dos vegetais da salada.

    Shoyu é um tempero de origem japonesa e chinesa, subproduto da soja, líquido escurecido porque contém caramelo,

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